sexta-feira, 7 de maio de 2010

DESAFIO

O deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) fez, de improviso, um duro pronunciamento na Câmara Federal, ontem à tarde. Em resposta ao pronunciamento da deputada estadual Bernadete ten Caten, feito anteontem, na Assembleia Legislativa, Asdrúbal disse que o PT do Pará tem memória “muito curta, porque se hoje Ana Júlia Carepa é governadora, deve agradecer ao PMDB”.

O deputado narra que “o candidato do PT não era a senadora Ana Júlia, era o deputado Mário Cardoso”, e conta que “o nosso líder (Jader Barbalho) veio aqui, conversou com o presidente Lula, com a direção nacional do PT e conseguiu emplacar o nome de Ana Júlia como candidata do PT ao governo do Estado do Pará”.

Continua Asdrúbal que em uma “coligação desta natureza há compromissos assumidos. Decorridos três anos, quatro meses e alguns dias, os compromissos não foram cumpridos”. E ratifica a falta de confiança em Ana Júlia, que é sentimento generalizado na classe política paraense: “Não dá para aceitar que, depois de todo esse tempo de compromissos não cumpridos pelo governo do PT, venhamos a acreditar que, na futura gestão, vão cumprir os compromissos”.

Em uma segunda parte de seu pronunciamento, o deputado Asdrúbal Bentes carrega a fala com graves denúncias contra desmandos no Incra no Pará: “O Incra tem dono no meu Estado. Os donos são os deputados Zé Geraldo e a deputada Bernadete. Nada se faz lá que não passe pelo crivo desses dois deputados, particularmente na minha região, na Superintendência do Sul do Pará, a maior superintendência do Brasil, que envolve maiores recursos financeiros”.

Segundo o deputado, o Incra do sul do Pará vive sob “corrupção desenfreada”. E enumera: “É no Pronaf, no superfaturamento da construção de casas e até em casas para as quais foram liberados os recursos e não foram construídas”. Refere-se à Operação Saturnos, desencadeada pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal, afirmando que o desvio de R$ 30 milhões do Pronaf “é um pingo d’água”.

Asdrúbal chama às falas o corregedor geral da União: “Onde está Jorge Hage? O corregedor-geral da União, tão zeloso em correr atrás de pequenas coisas em outros órgãos, não vai ao Incra do Estado do Pará, onde a corrupção é aberta, franca, solta, os recursos são desviados, as obras não são executadas”.

E lança um desafio: “Sr. corregedor-geral da União, onde está o senhor? Dê uma chegadinha ao Incra do Pará. Lá, o senhor vai encontrar coisas muito sérias, graves mesmo, que precisam ser apuradas, se é que são para ser apuradas. Ou será que o senhor está recebendo ordem de alguém para não ir ao Incra do Estado do Pará”.

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